Ocorrência de anticorpos anti-Neospora caninum em cães criados em fazendas na região de Lagoa Formosa, Minas Gerais
Palavras-chave:
encefalite, neosporose, oocistosResumo
A neosporose canina é descrita desde 1984 quando ocorreram os primeiros relatos de cães afetados pela doença, cujos sinais eram semelhantes aos de encefalite e miosite. Em 1998, o cão foi descrito como hospedeiro definitivo, desempenhando papel fundamental na epidemiologia da neosporose, já que são capazes de eliminar oocistos pelas fezes e infectar hospedeiros intermediários (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, equinos, cervídeos, raposas e felinos), através da ingestão de água ou alimentos contaminados, sendo assim um dos principais responsáveis pela disseminação do parasita nos diferentes ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi determinar, por meio do teste de Imunofluorescência Indireta (RIFI), a presença de anticorpos anti-Neospora caninum em cães da área rural de Lagoa Formosa (MG). A pesquisa foi realizada em 10 propriedades rurais sem histórico da presença de N. caninum; em cada propriedade, foi escolhido um cão de forma aleatória. Esses animais são de ambos os sexos, sem raça definida, com idade entre 7 meses a 10 anos, sem apresentação de qualquer sintomatologia clínica característica da enfermidade. Todos os cães do estudo tinham contato com os bovinos das propriedades, apesar de serem domésticos e não serem usados para pastoreio. As amostras foram coletadas por venopunção da jugular ou da veia cefálica, após assepsia prévia, com o auxílio de agulhas estéreis (30 x 8 mm), em tubos de “Vacutainer” estéreis sem anticoagulante, totalizando 10 ml de sangue por animal. Após a retração do coágulo, as amostras foram centrifugadas por dez minutos a 2000g, para obtenção de soros límpidos que foram conservados a -20°C, em alíquotas, até o momento da realização das provas sorológicas. Dos 10 cães analisados, apenas um apresentou anticorpos anti-N. caninum, porém esse animal não apresentava nenhum sinal clínico, estando aparentemente saudável. A enfermidade não tem predileção por raça, idade e sexo, sugerindo que machos e fêmeas da espécie canina estão submetidos às mesmas condições de risco.