Entre o mágico e o trágico
uma leitura de “Na berma de nenhuma estrada”, de Mia Couto
Resumo
Este ensaio visa a leitura de “Na berma de nenhuma estrada”, do escritor moçambicano Mia Couto. O referido conto é narrativa ao mesmo tempo dialógica e polifônica – bem a propósito da teoria de Mikhail Bakhtin –, que habita os liames que se interpõem entre o trágico e o mágico, presentes na realidade africana. A narrativa vislumbra os conceitos lacanianos de simbólico (representado por tio Josseldo) e imaginário (personificado por Menina) e se realiza através de uma linguagem poética que faz valer a máxima da palavra-verbo como “sopro da alma”, que não raro tem o poder de curar, bem ao gosto de Walter Benjamin.