A polifônica engrenagem de Ópera dos mortos
Resumo
O romance Ópera dos mortos (1999), de Autran Dourado, organiza-se por um enredo de tal modo finamente arquitetado que, efetivamente, evoca-nos, como enuncia em seu título, a realização de uma ópera. Sua enunciação, polifonicamente, representa-nos uma história cujos acontecimentos e situações são, não apenas vivenciados, mas também focalizados por suas personagens que, como se fizessem parte de um dos coros operísticos, agregam suas vozes à do narrador, numa perspectiva mais polêmica que contratual, no entretecimento do fio narrativo.