O Risco do Bordado entrecortado pela linha da fantasia e dos desejos
Resumo
O presente artigo traz um breve comentário a respeito da obra O Risco do Bordado, de Autran Dourado, um livro que contém sete novelas que se completam e se fundem. O sete é um número cabalístico, segundo Dourado (1973), que se ajusta ao caráter místico da obra, tendo o título uma relação com um provérbio mineiro: “Deus é que sabe por inteiro o risco do bordado”, isto é, as motivações do comportamento humano, que o autor não revela, mas sugere. O despertar da puberdade, a descoberta da morte, a fuga do cotidiano, a periodicidade da loucura, a incompreensão dos seres, os abismos do sexo, a multiplicidade da pessoa humana são os episódios focalizados, respectivamente, em O Risco do Bordado. Serão analisadas duas novelas: Viagem à Casa da Ponte e O Salto do Touro, sob um prisma psicológico, com ênfase nas fantasias e frustrações provenientes do sexo enredado nas imposições socioculturais.