Januário e o discurso do não-ser
uma leitura de Os sinos da agonia, de Autran Dourado
Resumo
O romance Os sinos da agonia, de Autran Dourado, pautado pela polifonia, apresenta diversas vozes históricas e sociais, a saber: a do mestiço bastardo, a da mulher, a do mazombo ilustrado, a do potentado e a do negro. No entanto, neste trabalho analisar-se-á somente o discurso do mestiço bastardo, ou seja, a personagem Januário. Os pressupostos teóricos para a leitura que aqui se propõe vêm da concepção bakhtiniana de dialogismo e suas variantes como pluriestilismo, plurilingüismo e plurivocalidade, discutidas na obra Questões de literatura e de estética: a teoria do romance (1993), especificamente no capítulo “o discurso no romance”.