A medicalização do ébrio
as campanhas antialcoólicas em Florianópolis na Primeira República
Resumo
O presente artigo busca discorrer sobre as campanhas antialcoólicas divulgadas pelos jornais de Florianópolis, na Primeira República. Através destas campanhas, uma série de representações foi divulgada acerca da masculinidade. Tais representações, presentes em artigos de médicos e em reclames de medicamentos que prometiam a cura do “hábito” da embriaguez, buscavam demonstrar que os ébrios “renitentes” eram degenerados física e moralmente. Sendo assim, eles seriam incapazes de ocupar a posição de chefe de família, de gerar uma prole saudável e de cumprir com suas obrigações sociais. Salienta-se que tais imagens foram divulgadas num momento em que o modelo de masculinidade valorizada socialmente era a do homem trabalhador, provedor da família e que controlasse os impulsos, tanto de violência quanto sexuais.