Vozes estilhaçadas
representações urbanas no conto “Volte outro dia”, de Marcelino Freire
Palavras-chave:
contemporaneidade, encenação, enunciação, Marcelino Freire, performanceResumo
Este ensaio pretende analisar as vozes estilhaçadas e as representações urbanas enunciadas em “Volte outro dia”, conto publicado no livro Angu de Sangue, de Marcelino Freire. Considerando que a constituição da subjetividade acontece por meio da linguagem, o que pressupõe a existência e a relação com o outro, pretende-se investigar o processo de enunciação e interação verbal entre as personagens. Para Bakhtin (1981), o exercício discursivo é uma prática social, uma vez que a “palavra se dirige a alguém”. Portanto, o processo enunciativo requer a presença de um sujeito e um interlocutor, relação mediada pelo ato da fala, que institui o espaço da intersubjetividade. Serão analisadas também as figurações de tempo e espaço nas quais a narrativa está encenada. O tempo e o espaço representam condições fulcrais para cognição, percepção e ação no mundo, alheios aos quais não há qualquer descrição ou realização da vida.