Os espaços da memória
seguindo os rastros e reminiscências de Helena Morley e Maria Helena Cardoso
Palavras-chave:
autobiografia, diário, escrita de si, literatura femininaResumo
Este artigo apresenta uma análise de duas das mais sonoras e líricas obras do memorialismo feminino brasileiro: Minha Vida de Menina (1942) e Por Onde Andou Meu Coração (1964). As autoras destas obras privilegiam o relato das minúcias da infância, enfatizando o universo que as circunda, a religiosidade, as tradições familiares, as relações humanas. O sonho, a fantasia e o idealismo permeiam, além do universo narrativo, a realidade experimentada por Helena Morley e Maria Helena Cardoso. A autobiografia pressupõe um pacto de referencialidade, uma vez que o ator da enunciação é também o ator do enunciado. Esta análise se ampara na conceituação de Philippe Lejeune, Walter Benjamin, Ecléa Bosi, Seligmann-Silva e outros.