“Barbas compridas, & corpos de ferro”
Fernão Mendes Pinto e o império português no Oriente
Palavras-chave:
Renascimento português, Fernão Mendes Pinto, literatura e políticaResumo
A Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, é o livro de memórias de um navegador, embaixador, pirata e escritor português que esteve por 21 anos no Oriente, entre 1537-1558, à época da expansão do império português por aquelas terras. O livro, publicado postumamente em 1614, tem sido lido ora como libelo contra o nacionalismo luso, ora como literatura de viagens a defender interesses eurocêntricos. O presente trabalho, buscando as relações entre a literatura e a história, a partir de conflitos políticos e sociais, pretende equilibrar e relativizar as teorias sobre o livro, e identificá-lo com dois temas: 1) o “desconcerto do mundo”, tão típico do séc. XVI; 2) a denúncia contra a tirania e suas consequências, como a intolerância, a violência e a traição das alianças políticas, independentemente de quem esteja por trás de tais projetos, se portugueses, muçulmanos ou gentios.