A constituição da gramática nacional brasileira

uma análise dos complementos verbais nas Minas setecentistas

Resumo

Esta pesquisa investigou, seguindo os pressupostos variacionistas, a hipótese de que, no final do século XVIII, havia registros de objetos nulos, a partir de afirmativas de que no XIX o português brasileiro adquiriu características próprias. Essas configuram um indício de que a definição da gramática nacional tenha uma datação mais precoce, conforme afirma Duarte (2003). Para tanto, em documentos adamantinos setecentistas, analisou-se a frequência dos objetos, pretendendo a verificação quantitativa de registro de complementos verbais. Posteriormente, fez-se uma investigação sobre a influência do fator social, pois se acredita que pode ser influenciador. Contabilizado maior número de objetos nulos em documentos escritos pela elite da época, assume-se que a variante em questão estava se iniciando e, comparando os dados encontrados com o trabalho de Cyrino, Duarte e Kato (2006) sobre o século XIX, assume-se que a mudança encontrada enquadra-se nos moldes dos séculos posteriores, permitindo julgar a adequação da hipótese aventada.