Surrealismo e utopia
“Breton, ainda estás aí?”
Palavras-chave:
Surrealismo, utopia, literatura contemporâneaResumo
Em 1947, Breton publicou o poema Ode a Charles Fourier. André Breton – que mais tarde viria a empreender o seu espírito utópico no surrealismo – glorifica o utopista francês e reclama por aquela pontinha de esperança para reerguer um mundo destroçado, evocando: “Fourier, ainda estás aí?”. Nesse sentido e levando em consideração as sentenças que apontam para o fato de que “a pós-modernidade está paradoxalmente entrelaçada à perda daquele lugar além de toda história (ou depois do seu final) que chamamos de utopia” (JAMESON, 2006, p. 160), pretendo lançar luz sobre a utopia proposta pelos surrealistas, observando as suas nuances, peculiaridades e limites, a fim de pensar a sua efetividade no cenário literário brasileiro atual. Dessa forma, invoco, agora, pela presença de Breton e evoco a sua noção de homem enquanto “sonhador definitivo” (BRETON, 2001, p. 15) para repensar assertivas como a citada acima.