O duplo em Um Exu em Nova York, de Cidinha da Silva
Palavras-chave:
Um Exu em Nova York, Cidinha da Silva, ficção, duplicidade enunciativaResumo
As africanidades são preocupação recorrente na escrita de Cidinha da Silva. Trata-se de uma reinvenção possível de África nos lugares para onde nossos ancestrais foram levados, de modo a dialogar, na contemporaneidade, com os meios de comunicação de massa e os lugares comuns. As dezenove histórias que integram Um Exu em Nova York trazem a imagem de um Exu-comunicador, um Exu-mensageiro entre mundos material e espiritual, ancestral e contemporâneo. Tais ambivalências são uma constante nos contos. A duplicidade enunciativa acontece pelo modo como os atos de enunciação articulam seus enunciados (aquilo que eles dizem) com a enunciação (o evento enunciativo que os constitui). Logo, como é gerada a relação entre o dizer e sua relação com o mundo, com os mundos acionados nesse dizer? Daí a ideia de ficção como variação de contextos ganhar relevância, visto que as noções de ato, enunciação e historicidade passariam a serem pensadas conjuntamente.