Minas Gerais no poeta “de sete faces”
Palavras-chave:
memória, Minas Gerais, movimento modernistaResumo
Este trabalho pretende pensar a presença de Minas Gerais na obra do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade. Entendemos que a produção poética de Drummond deve ser observada sob dois pontos diferentes, mas necessariamente complementares. De um ângulo, considera‐se a atuação do poeta como aglutinador de um movimento modernista mineiro, que dialogava com outras expressões regionais ou internacionais desse movimento estético. De outro ângulo, nota‐se o expresso conteúdo memorialista dessa produção entranhado numa forma particular de abordagem dos assuntos em poesia. Assim, grande parte dos pesquisadores avalia a memória como elemento explorado sistematicamente, e de diferentes modos, pelo poeta ao longo de sua obra. É sabido que o poeta não precisaria referir‐se a Minas ou Itabira para expressão de uma poética mineira. Machado de Assis, no seu famoso ensaio “Instinto de nacionalidade”, nos explica que a temática só se justifica como matéria de poesia pelo fato de trazer as condições do belo ao leitor. E assim o é com Drummond que, elidindo sujeito e objeto, interior e exterior, ultrapassa um referencial memorialista, tornado, inclusive, matéria de reflexão sobre o próprio ato de fazer poesia.