A dialética do amor
uma leitura de “Destruição”, de Carlos Drummond de Andrade
Palavras-chave:
destruição, Drummond, pulsão, amor, ódioResumo
Este artigo pretende fazer uma leitura do soneto “Destruição”, de Carlos Drummond de Andrade. Partindo de categorias como amor e ódio, pulsão de vida e pulsão de morte, tentaremos mostrar que há uma relação dialética entre esses polos, que são recriados poeticamente pelo escritor mineiro, tanto no plano da macro como da microestrutura do soneto. As camadas fônicas e morfossintáticas do texto mimetizam o movimento de fusão e destruição dos amantes. Nesse movimento, Drummond nos leva a perceber que o amor tem algo de perda e que esta dialoga com a falta e com a pulsão de morte, apontando para a negação (traço fundamental da linguagem) e para a constituição do sujeito.