Intervenção psicoeducativa junto aos acompanhantes da clínica médica de um hospital geral

Resumo

Com a consolidação do Hospital Santa Casa de Misericórdia (HSCM), com um 1 ano de fundação, seu serviço de Psicologia (SPHSCM) apresenta um número insuficiente de pessoal frente à demanda de diferentes setores. Este trabalho trata de um relato de experiência que decorreu da aplicação de um protocolo de intervenção psicoeducativa a um grupo de acompanhantes de pacientes internados na clínica médica do HSCM, no município de Patos de Minas, MG. Foram realizados cinco encontros semanais, com duração de 1 h aproximadamente, com os acompanhantes dos pacientes dos leitos pares e com os acompanhantes dos leitos ímpares. Participaram de cada encontro entre 15 e 20 acompanhantes, com idade variando entre 18 e mais de 60 anos. A proposta psicoeducativa foi abordada de forma ampla, atendendo as demandas que surgiam ao longo dos grupos. As temáticas incluíram o papel do acompanhante e as funções desempenhadas por ele, formas saudáveis de estabelecer limites entre o cuidado com o outro e consigo mesmo, maneiras de responsabilizar os outros envolvidos no cuidado do paciente, além de habilidades para vida e comunicação assertiva. Os participantes eram ou familiares ou profissionais contratados para atuarem como cuidadores. As mulheres que exercem o cuidado são a maioria. O grupo atuou como possibilidade de universalizar sentimentos e instilar esperança. Os desafios encontrados foram o espaço físico, a adesão e a falta de técnicas grupais no contexto hospitalar. Concluiu-se que a intervenção em grupo apresenta benefícios aos acompanhantes, uma vez que proporciona um espaço seguro de escuta e cuidado. Não há um consenso de recursos a serem empregados para esse público, exigindo-se o uso de diversas técnicas grupais e ferramentas de psicoeducação e escuta, abrindo possibilidades para pesquisas e desenvolvimento da área.