Interação entre bactérias fixadoras de nitrogênio e nutrição nitrogenada na cultura da soja
Palavras-chave:
catalase, FBN, Glycine max, peroxidase, superóxido dismutaseResumo
A soja é a cultura mais produzida no Brasil e é de grande importância agrícola, econômica e alimentícia. Por demandar elevadas quantidades de nitrogênio, o suprimento desse nutriente pode ocorrer via adubação nitrogenada ou por meio da fixação biológica de nitrogênio (FBN). O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência de Bradyrhizobium, Azospirillum, Methylobacterium e ureia na fixação biológica de nitrogênio e no metabolismo antioxidante na cultura da soja. O experimento foi instalado na casa de vegetação do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), localizada em Patos de Minas (MG), em 11 de abril de 2024, utilizando quatro tratamentos (T1: Controle; T2 Ureia 3 kg.ha-1; T3: Methylobacterium symbioticum 330 mL.ha-1; T4: Bradyrhizobium e Azospirillum 2 mL.kg semente-1), com cinco repetições. A cultivar de soja usada foi a M7601 I2X, sendo feitas as aplicações em tratamento de semente (T4) e no estágio V4 (T2 e T3). As avaliações de FBN foram realizadas 20 dias após a aplicação (DAA), e as análises do metabolismo antioxidante em 5, 11, 14 e 20 DAA, no Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Estresse de Plantas (UNIPAM). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). Os resultados demonstraram maior eficiência de FBN no tratamento com Bradyrhizobium e Azospirillum, refletida em maiores teores de ureídeos, aminoácidos, abundância de ureídeos e nitrogênio derivado da atmosfera, além de redução de nitrato. Methylobacterium apresentou desempenho superior ao controle e à ureia, porém inferior às duas bactérias. No metabolismo antioxidante, Bradyrhizobium e Azospirillum também se destacaram em todas as variáveis, exceto prolina. O Methylobacterium elevou o teor de prolina e, aos 20 DAA, aumentou as atividades de POD e CAT, reduzindo H2O2 peroxidação lipídica. A ureia foi o tratamento que menos contribuiu para melhoramento do metabolismo antioxidante das plantas, embora tenha superado o controle em prolina, enzimas antioxidantes e diminuição de H2O2. Concluiu-se que a combinação Bradyrhizobium + Azospirillum apresentou maior eficácia nas respostas avaliadas, seguida de Methylobacterium symbioticum e, posteriormente, da ureia.

