Revisitando o romance Budapeste, de Chico Buarque
a questão do ghost-writer para além do autor
Palavras-chave:
Budapeste, ghost-writer, autoriaResumo
Budapeste, romance escrito por Chico Buarque, conta a história de José Costa, um típico ghost-writer que vive uma vida dupla entre Rio de Janeiro e Budapeste. A narrativa aborda situações contraditórias em que o personagem se envolve ao tentar conciliar o anonimato da sua escrita aos seus amores confusos e às desventuras entre as duas cidades. Partindo disso, este artigo pretende revisitar o romance, a fim de abordar a questão do ghost-writer para além do autor, evidenciando uma diferente face do anonimato associada às importantes intervenções realizadas por outros profissionais do texto, como editores, revisores e preparadores, que acabam sendo invisíveis aos olhos do público. Nesse sentido, serão consideradas como referências teóricas as contribuições de Salgado (2008; 2013; 2016), Perpétua (2008), Kotze e Verhoef (2003), a fim de apresentar argumentos que demonstram que a composição da autoria não reside apenas na figura do autor.