(In)conformismo cultural
uma leitura da protagonista Hema, na segunda parte do livro Terra Descansada, de Jhumpa Lahiri
Palavras-chave:
estudos culturais, crítica pós-colonial, relações familiares, pertencimento, conformidade culturalResumo
Nesse artigo, buscamos mostrar as relações familiares criadas pela personagem Hema, na segunda parte do livro Terra Descansada (2009), de Jhumpa Lahiri, levando em conta a sua construção identitária, além da ideia de pertencimento presente nas narrativas. O presente estudo tem como foco principal fazer uma leitura dessa protagonista na perspectiva da identidade cultural na pós-modernidade, – sob a luz dos Estudos Culturais e dos Estudos Pós-coloniais – apontando como a personagem feminina mostra uma conformidade cultural ao final das três narrativas. Ademais, o estudo justifica-se pela necessidade de investigar o modo como o choque cultural colabora para a desconstrução/construção, configuração/reconfiguração da personalidade desse ser fictício; além disso, nós investigamos a crise e a fragmentação de sua identidade enfrentadas por ela no decorrer do seu processo de adaptação e ajustamento ao contexto social, histórico e cultural que lhe é imposto. Metodologicamente, partiu-se de uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, exploratório e investigativo, utilizando-se do método dedutivo, através de uma análise estrutural da narrativa. Como fundamentação teórica, contamos com as concepções de BONNICI (2009); CEVASCO (2009); CUSTÓDIO (2013); GÁMEZ-FERNÁNDEZ (2016); HALL (2006); LING (2014); e, RAHMAN (2017). Em conclusão, vemos que, além de Hema apresentar uma identidade híbrida, ela também mantém um equilíbrio entre a cultura norte-americana e a cultura dos seus pais. Em suma, a protagonista parece conseguir ajustar-se a ambas as culturas, apresentando uma conformidade cultural como uma forma de conciliação entre os costumes do Oriente e os do Ocidente.