De Aristóteles a Heidegger
a filosofia concordando com o protagonismo da linguagem dentro da cultura surda
Palavras-chave:
linguagem, cultura surda, afecção, Aristóteles, Martin HeideggerResumo
Este artigo tem por objetivo analisar e relacionar as conceituações relativas ao papel fundamental da linguagem dentro da perspectiva da comunidade surda em relação à produção intelectual de alguns filósofos. Para tanto, dividimos este estudo em quatro partes, iniciando o intento com a problematização de citações de Aristóteles, as quais pesquisadores em cultura surda apontam como exemplares dentre o pensamento da antiguidade, indicando uma suposta incapacidade de comunicação por parte dos humanos surdos. A segunda parte mostrará que, dentro do aporte teórico de Martin Heidegger, as conceituações ontológicas sobre a linguagem podem coincidir com as proposições no âmbito da cultura para os estudos surdos. A terceira parte elencará as conclusões dos especialistas em cultura surda em relação à importância da linguagem e suas implicações na demanda pela inserção social em um ambiente democrático. A quarta parte demonstrará nas filosofias da linguagem aristotélicas e heideggerianas pontos de concordância com os estudos surdos, permitindo a possibilidade de defesa das proposições da cultura surda desde os aurores do pensamento humano.