Discurso, imagens e emoções
uma análise da entrevista de Dilma Rousseff ao telejornal SBT Brasil à luz dos elementos verbais, paraverbais e não verbais
Palavras-chave:
Análise do Discurso, teoria semiolinguística, argumentaçãoResumo
O processo de impeachment ocorrido entre dezembro de 2015 e agosto de 2016 teve como resultado o término antecipado do segundo mandato de Dilma Vana Rousseff, acusada de crime de responsabilidade, e a consequente ascensão de seu vice, Michel Miguel Elias Temer Lulia, ao comando do Poder Executivo nacional. Conturbada desde sua instauração, a ação fortaleceu o sentimento de polarização político-partidária no país e foi o principal assunto da instância midiática durante seu transcurso. Este trabalho apresenta uma análise retórico-argumentativa da entrevista concedida pela ex-mandatária ao telejornal SBT Brasil em 29 de junho de 2016, momento em que estava afastada provisoriamente da Presidência da República. Tendo como suporte os pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso (CHARAUDEAU, 2001, 2004, 2005, 2007, 2012, 2015a, 2015b, 2016), os elementos verbais, paraverbais e não verbais (KERBRAT-ORECCHIONI, 1996) e as provas retóricas (ARISTÓTELES, 2005), procurou-se identificar quais foram os ethé e os pathé evidenciados por Dilma na ocasião. Concluiu-se que ela buscou construir ethé favoráveis, como de potência, de tranquila, de injustiçada, de democrática e de conhecedora dos processos legais, assim como tentou patemizar seu discurso, especialmente ao tratar das acusações que sofria e dos adversários políticos que enfrentava.