Uma elaboração de ponta para uma problemática espinhosa
a construção do conceito de “redução estrutural” na trajetória intelectual de Antonio Candido
Palavras-chave:
Antonio Candido, redução estrutural, crítica dialéticaResumo
Trata-se de discutir aqui as implicações das reflexões analíticas de Antonio Candido (1918-2017) a respeito das relações entre forma literária e processo histórico-social, isto a fim de demonstrar como o processo a que ele denominou de redução estrutural, considerado por Schwarz (1989) e Waizbort (2007) como elemento medular em seu posicionamento metodológico, superou entraves teóricos e metodológicos acerca das nuances e complexidades da especificidade da composição do fenômeno literário. Pode-se observar que, desde a publicação de sua tese sobre Sílvio Romero, em 1945, até o surgimento do ensaio Crítica e Sociologia, incluído no livro Literatura e Sociedade, em 1965, o autor de Parceiros do Rio Bonito desbravou um caminho ao longo desses 20 anos que lhe permitiu conceber o nexo de relação entre a sociedade e a literatura não como a obra literária condicionada pelos processos histórico-sociais, mas, em vez disso, que estes se tornam internos na obra literária, sendo compreendidos em seu núcleo estético. À vista disso, concebe-se que a sua obra enriquece os estudos da crítica literária dialética fundada no materialismo da perspectiva estética e histórica do marxismo*.
* Conforme pode ser observado pela epígrafe, a inspiração para elaboração deste título, e consequentemente a construção do próprio artigo, foi retirada de uma entrevista de Roberto Schawarz acerca dos estudos da obra teórico-crítica de Antonio Candido.