Ninguém, ela sabe, o que quer
uma leitura do feminino entre Marguerite Duras e Maria Gabriela Llansol
Palavras-chave:
feminino, psicanálise, Marguerite Duras, Maria Gabriela LlansolResumo
As discussões à volta do tema do feminino constituem-se como um dos mais significativos movimentos do pensamento contemporâneo, tendo-se constituído, sobretudo, após os avanços sociopolíticos das minorias. Visto ora como gênero, em oposição ao masculino, ora como característica estruturante do psiquismo humano, nota-se, sobremaneira na relação mútua entre a psicanálise lacaniana e a escrita de determinados autores, uma forma intensa de aproximação ao tema do feminino, forma que extrapola as noções de gênero e de fisiologia ou psiquismo. Neste ensaio, partindo da reflexão de Jacques Lacan (2008), e na relação desta com a literatura, na proposta de Lúcia Castello Branco (2000), objetivamos propor uma leitura dos textos O homem sentado no corredor (1980), de Marguerite Duras, e O jogo da liberdade da alma (2003), de Maria Gabriela Llansol, sublinhando como a imagem de feminino proposta por tais experiências de escrita se aproxima das noções de feminino de ninguém, falta-desejo e outro feminino.