Derivação sufixal
funcionamento e sentidos do sufixo –dor1 e –dor2 no português arcaico
Palavras-chave:
português arcaico, sufixo –dor, sentidos e funcionamentoResumo
Este trabalho apresenta dados encontrados em textos do século XV e XVI disponibilizados no CIPM (Corpus Informatizado do Português Medieval) e tem por objetivo fazer o levantamento de palavras que possuem derivação sufixal. O interesse pelo sufixo –dor, aqui estudado, surgiu a partir da observação feita por Coelho (2005) que, em sua tese de doutoramento dedicada à sufixação no português arcaico, não verificou o emprego desse sufixo com valor agentivo não-humano, o que no português contemporâneo é bastante produtivo, como se pode verificar nas lexias: elevador, computador, etc. Segundo Coelho (2005), –dor1 é um substantivador deverbal muito produtivo no português arcaico e pode apresentar os seguintes traços semânticos polissêmicos: 1) [+ agente ativo humano]; 2) [+ agente passivo] ou [+ experienciador]. No português atual, a polissemia de –dor1 é ainda acrescida da possibilidade de 3) [+ agente ativo não-humano]. O sufixo –dor2 apresentaria a noção ‘locativo’. A ausência de palavras com os traços [+ agente ativo não-humano] parece estar relacionada ao fato de que naquele período histórico não havia eletricidade. Através de tal observação, vê-se a importância em se manter presentes e renovados os estudos do português arcaico.