A heterodoxia doméstica de Clarice Lispector

Autores

  • Rafael Dantas Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Palavras-chave:

metafísica, literatura e filosofia, romance brasileiro contemporâneo

Resumo

Muito além de uma história trivial, A paixão segundo G.H. indica a existência de um denso conflito entre dois grandes projetos metafísicos, isto é, duas grandes formas de se produzir sentido para a realidade tanto na narrativa quanto na história universal. Estes dois projetos assim se mostram: um voltado para uma realidade exterior e perfeita, representada pela casa arrumada de G.H., o outro voltado para uma realidade infinita e ambígua, representada pelo quarto de empregada de G.H. e pela barata eventual. O meu objetivo é enfatizar que Clarice Linspector compreendia e ensinava duas grandes formas de construção de sentido da realidade, e realçar que tais formas se apresentam em ilimitadas variações de saber ao longo da história, realçando ainda que tais variações, circularmente, complexificam aquelas duas formas: trata-se de um processo infinito e assombroso. Concluo este ensaio, ao lançar um olhar filosófico sobre o romance, apontando a decisão de Clarice Linspector, após sugerir um denso conflito metafísico, por um dos grandes projetos metafísicos abordados.

Biografia do Autor

Rafael Dantas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Graduando em Pedagogia. Bolsista de Iniciação Científica do PROPED (Programa de Pós-graduação em Educação)/UERJ, vinculado ao grupo de pesquisa “Currículo: Sujeitos, Conhecimento e Cultura”, orientado pela professora Elizabeth Macedo

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Publicado

2018-08-01

Edição

Seção

Artigos