“Contar, entre as rachaduras, esta história”
fragmentação como estratégia formal em “O som do rugido da onça”, de Micheliny Verunschk
Palavras-chave:
literatura contemporânea, fragmentação, alteridadeResumo
O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk, é um romance contemporâneo que problematiza a forma romanesca tradicional. O livro trabalha a linguagem e a narrativa tensionando suas instabilidades, num texto fragmentado, com uma pluralidade de vozes, mistura de registros históricos, jornalísticos e míticos. O presente artigo pretende mostrar como essa instabilidade que molda a estética fragmentária desse romance configura-se no estabelecimento da alteridade, por vezes, até radical no livro. Essa escolha formal implica uma nova maneira de ler a literatura e, por conseguinte, a História. Dessa forma, o livro é um discurso literário e político potente, bem escrito, decolonial, que tem tudo a ver com o nosso passado, mas também com o nosso presente.