Ditaduras, trauma e escrita

o testemunho de B. Kucinski e Roberto Walsh

Autores

  • Gustavo Luis de Oliveira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
  • Bruna Fontes Ferraz Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

Palavras-chave:

ditaduras latino-americanas, escrita testemunhal, trauma

Resumo

A segunda metade do Breve Século XX é marcada pela instauração de ditaduras militares em vários países da América Latina, entre os quais estão a Argentina (1976-1983) e o Brasil (1964-1985). Uma similaridade entre as ditaduras argentina e brasileira foi o “desaparecimento”, a tortura e o assassinato dos opositores de ambos os sistemas autoritários. O livro “K.: relato de uma busca” (2016), do escritor B. Kucinski, e as cartas “Carta a Vicki” e “Carta a mis amigos”, ambos escritos em 1976 pelo argentino Rodolfo Walsh, podem ser classificados como escritos de teor testemunhal. Diante dos acontecimentos traumáticos em ambos os regimes militares, que impactaram diretamente os autores, eles utilizam do paradoxo entre o real e o ficcional na literatura de testemunho para expurgar os acontecimentos traumáticos por meio da escrita. Desta forma, pretende-se (i) discutir a relação entre a escrita do trauma e a escrita como ato fúnebre no romance de Kucinski e em “Carta a Vicki”; e (ii) comparar a reconstituição da morte das personagens A. e Vicki, em “K.: relato de uma busca” e em “Carta a mis amigos”, respectivamente.

Biografia do Autor

Bruna Fontes Ferraz, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

Doutora (2018) e Mestre (2013) em Estudos Literários pela UFMG e graduada em Letras pela UFOP (2010). Docente do Departamento de Linguagem e Tecnologia, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).

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Publicado

2023-12-20

Edição

Seção

Artigos