O cotidiano vivido e não vivido na poesia de Bruna Beber e Jeanne Callegari
Palavras-chave:
cotidiano, memória, Bruna Beber, Jeanne CallegariResumo
O cotidiano sempre foi um tema recorrente na poesia, mas na contemporaneidade ele ressurge renovado, associado à memória tanto do vivido quanto do não vivido. Esse processo permite que, em meio às questões triviais, lancem-se questões existenciais, manifestando o sublime no ordinário. A partir das obras Rua da padaria (Beber, 2013) e Miolos Frescos (Callegari, 2015), observa-se que o cotidiano é reconfigurado por meio da memória, tornando-se uma forma de (re)criação da ocasião desejada pelo sujeito lírico. Nessas produções, o eu reflete no outro, possibilitando que, no particular, se encontre o universal. Esta pesquisa analisa uma seleção de poemas dessas obras, com o objetivo de examinar como as poetas Beber e Callegari retratam o cotidiano, conferindo-lhe um viés lírico-objetivo, onde a poesia se volta para as coisas do mundo. Com base em um estudo bibliográfico e analítico, buscamos compreender de que maneira o cotidiano é abordado na poesia contemporânea brasileira a partir dos anos 2000.