A experiência heterotópica e as práticas da liberdade em Michel Foucault
Palavras-chave:
experiência, heterotopia, práticas de liberdade, contracondutasResumo
O presente artigo tem como objetivo discutir uma possível aproximação entre os conceitos foucaultianos de experiência e heterotopia. Com base nas reflexões de Michel Foucault produzidas entre os anos de 1976 e 1984, argumenta-se que o autor concebe o espaço social como um conjunto de relações heterogêneas, cujas configurações são constantemente moldadas pelas experiências, ao mesmo tempo em que as transformam. Defende-se que a experiência heterotópica emerge de um jogo de forças que reconfigura desejos e modos de vida, não sendo resultado do compartilhamento de atributos fixos ou essenciais. Tais experiências se caracterizam por seu potencial libertador, ao desafiar princípios utilitaristas, moralidades normativas e dicotomias rígidas. Nesse contexto, enfatiza-se a relevância das alianças contingentes, das gambiarras e das margens de manobra como formas de ampliar experimentações que tensionam, reconfiguram e fabulam a realidade