Associações do conceito de solidão na teoria e na clínica psicanalítica
Palavras-chave:
psicanálise, solidão, Outro, Um, contemporaneidadeResumo
Traçando um percurso que vai de Freud à Lacan, o presente artigo propõe pensar a solidão na teoria psicanalítica e seu possível manejo na clínica. Para isso, foram consultados artigos científicos em base de dados como Pepsic e Scielo, teses de doutorado, boletins nacionais e internacionais divulgados em jornadas de Escolas de Psicanálise, bem como blogs, entrevistas e livros de teóricos expoentes da área. Concluiu-se que, embora a solidão não tenha sido um tema propriamente formulado por Freud e Lacan, há indícios dela perpassando suas obras, permitindo-nos associá-la à constituição subjetiva e à formação dos laços sociais. Diferentemente de outras abordagens, a psicanálise não considera a solidão um sintoma e sim uma condição estrutural da existência do ser falante, apontando-a como posição ética a ser sustentada. Do analista espera-se que sua prática esteja orientada para o real, o que implica a aproximação e a análise da maneira como a solidão aparece escrita e como é vivenciada por cada um, podendo propiciar ao analisando a construção de uma forma mais singular e autêntica de ser e estar no mundo.