Nas (entre)linhas da casa assassinada
a sociedade cardosiana e suas máscaras representativas
Palavras-chave:
Crônica da casa assassinada, personagens, máscara socialResumo
Abordando a interação entre sociologia e literatura, este trabalho buscou identificar o papel e a função social de cada personagem existente na ficcional sociedade de Crônica da casa assassinada (1959), do escritor mineiro Lúcio Cardoso. Ao tecer sua trama, o autor configura um rol de personagens que advêm de uma aristocrata família mineira resistente às mudanças ocorridas na sociedade, mantendo vivas tradições e práticas obsoletas. Para isso, ostentam um status quo através de máscaras sociais que, por suas frestas, metaforizadas na deterioração da velha casa da chácara dos Meneses, deixam vazar a ruína e a deterioração da família. Desse modo, investigou-se como Lúcio Cardoso, em sua narrativa, criou suas personagens a partir das representações sociais de uma época austera e inexorável, permitindo a seus leitores recompor, então, os abismos que se abrem social, cultural e psicologicamente nas sociedades a partir dos processos modernizadores da nação brasileira.