Avaliação neuropsicológica de pacientes com queixa amnéstica na atenção básica de saúde
rastreamento precoce das doenças demenciais
Palavras-chave:
perda de memória, demência, rastreamento, atenção básica de saúdeResumo
O envelhecimento populacional trouxe preocupações para os clínicos, dentre estas, entender o que está por trás dos lapsos de memória. Este estudo objetivou caracterizar a amostra com queixa amnéstica na atenção primária de saúde em Patos de Minas, MG e avaliar a queixa amnésica. Foi um estudo descritivo-qualitativo, observacional, transversal, não randomizado, feito por meio de questionário semiestruturado e instrumentos neuropsicológicos, como o Mini-exame do Estado Mental, Teste de Figuras, Teste do Relógio e Teste de Fluência verbal semântica para animais. Foram avaliados 432 pacientes, sendo incluídos 275 com idade superior a 50 anos, destes, 108 apresentaram queixa de perda de memória, inquirida ou espontânea, e 17 foram exclusos. 91 pacientes passaram pela avaliação neuropsicológica para rastreamento dos quadros demenciais. A faixa etária média foi de 67,6 anos, 51,6% com escolaridade entre 3 a 4 anos de estudos, 56% são casados e 59,3% vivem com um a dois salários mínimos. A comorbidade mais frequente foi hipertensão arterial sistêmica (69,23%), seguida por diabetes mellitus (36,26%). Após análise dos testes neuropsicológicos, os pacientes foram classificados em quatro grupos: 27,7% com suspeita de demência, 7,7% com comprometimento cognitivo leve amnéstico, 38,5% com comprometimento cognitivo leve não-amnéstico e 26,1% com queixa subjetiva de perda de memória. Segundo o DSM V, 48,9% foram classificados com Transtorno Depressivo Maior. Desse modo, conclui-se a relevância estatística do rastreio precoce das condições relacionadas à memória, dos diagnósticos diferenciais e das correlações etiológicas com as comorbidades.