Relação entre a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) e a ergonomia na busca da inserção do deficiente no mercado de trabalho

um projeto-piloto

Autores

  • Gabriela Caetano Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Vivianne Peixoto da Silva Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

Classificação Internacional de Funcionalidade, ergonomia, acessibilidade

Resumo

O mercado de trabalho tem se modificado com a globalização, e o acesso é cada vez mais restrito e delimitado à mão-de-obra qualificada, com aumento do desemprego devido ao “enxugamento” de pessoal nas empresas e ao sobretrabalho. Para a pessoa com deficiência o cenário é ainda mais excludente, quer seja pela baixa escolarização atingida por ela, quer seja pelas restrições atitudinais das empresas e barreiras existentes para um exercício pleno da sua cidadania. Dentro desta perspectiva, este estudo objetivou avaliar postos de trabalho de uma empresa como projeto-piloto para receber pessoas com deficiência, com embasamento nas definições propostas pela Classificação Internacional de Funcionalidade e Acessibilidade (CIF). Foram realizados um estudo qualitativo por meio de entrevistas tanto com o departamento de recursos humanos (DRH) quanto com deficientes; uma análise ergonômica do trabalho (AET) e dos postos de trabalho selecionados; e comparação dos dados com a estrutura da CIF. Notou-se que a empresa projeto-piloto, além de realizar a contratação de deficientes para suprir a cota instituída pelo governo, preocupa-se com a satisfação do trabalhador deficiente, na medida em que procura adaptar os postos de trabalho e potencializar suas habilidades. Em relação à AET constatou-se a necessidade de algumas adaptações nos postos de trabalho avaliados para melhor desempenho das atividades por meio de intervenções de ergonomia física e organizacional, bem como melhoria das condições de acessibilidade na empresa como um todo. Quanto à CIF, foi possível constatar que 50% dos entrevistados fazem uso de órteses (facilitadores) e, na maioria das vezes, o mobiliário apresenta-se como uma barreira, o que justifica a intervenção da ergonomia neste processo. Desta forma pode-se concluir que a CIF é um instrumento capaz de sobrepor a funcionalidade à incapacidade e, quando relacionada aos conceitos de acessibilidade e ergonomia, pode permitir a criação de modelos que possibilitem aos deficientes a inclusão no mercado de trabalho, garantindo o pleno desenvolvimento de suas habilidades.

Biografia do Autor

Gabriela Caetano Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Graduanda do curso de Fisioterapia

Vivianne Peixoto da Silva, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Docente do Centro Universitário de Patos de Minas

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Publicado

2018-11-21

Edição

Seção

Artigos