Genotoxicidade do anastrozol avaliado por meio do Teste para Detecção de Mutação e Recombinação Somática (SMART) em Drosophila melanogaster

Autores

  • Dagmar Leles Cunha Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Júlio César Nepomuceno Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

anastozol, SMART, doxorrubicina, efeito modulador

Resumo

Anastrozol é utilizado como hormonioterapia na adjuvância do tratamento contra o câncer de mama que, até recentemente, era baseada, principalmente, no uso do tamoxifeno. O anastrozol inibe a enzima aromatase e leva a uma redução da ação do estrógeno, reduzindo o estímulo causado pelo estriol na célula neoplásica. Em razão da imaturidade do fármaco no mercado, com ampla aceitação e indicação, surge concomitantemente a necessidade da avaliação do seu potencial genotóxico, sendo este o objetivo principal do presente trabalho. Tal avaliação foi realizada por meio do teste para detecção de mutação e recombinação somática (SMART) em Drosophila melanogaster. Para tanto, foram utilizadas larvas de 72 horas provenientes dos cruzamentos padrão (ST) e alta capacidade de bioativação (HB). As larvas, provenientes de ambos os cruzamentos, foram tratadas com diferentes concentrações de anastrozol (0,08; 0,16; 0,24 mg/mL). Foram utilizados água (osmose reversa) como controle negativo e Doxorrubicina (DXR) (0,125 mg/mL) como controle positivo. A análise demonstrou que não houve aumento nas frequências de manchas mutantes, nos descendentes MH do cruzamento ST, quando tratados com as diferentes concentrações de anastrozol. Por outro lado, quando indivíduos descendentes do cruzamento de alta bioativação (HB) foram tratados com as mesmas concentrações de anastrozol, foi verificado um aumento no número de manchas mutantes, nas maiores concentrações (0,16 e 0,24 mg/mL). Nos indivíduos tratados com as associações anastrozol e o quimioterápico DXR foi verificada uma redução no número de manchas mutantes, induzidas por este quimioterápico, em todas as concentrações testadas e em ambos os cruzamentos (ST e HB). Podemos concluir que, nestas condições experimentais, o anastrozol apresentou atividade genotóxica indireta, ou seja, necessitou da ação das enzimas citocromo P450 (CYP‐450) para se tornar genotóxico. Na associação anastrozol mais DXR ocorreu um efeito modulador entre os dois compostos, que reduziu a genotoxicidade da DXR.

Biografia do Autor

Dagmar Leles Cunha, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Graduanda em Enfermagem

Júlio César Nepomuceno, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Professor titular do Centro Universitário de Patos de Minas

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Publicado

2018-11-13

Edição

Seção

Artigos