Tratamento de dejetos de suínos e casca seca de café (Coffea arabica L.) através do processo de vermicompostagem

Autores

  • Rildo Araújo Leite Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Roberta de Castro Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • João Augusto Ferreira Marques Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

tratamento, resíduos, vermicompostagem, húmus, minhocas

Resumo

Vários autores relatam, em seus estudos, que o húmus de minhoca é rico em macro e micro nutrientes, aminoácidos, enzimas, carboidratos, vitaminas e bilhões de microorganismos responsáveis pelas tão desejadas características químicas, físicas e biológicas do solo como também pela vitalidade das plantas. Contudo, não existem trabalhos científicos que relatem informações mais detalhadas no que diz respeito ao comportamento, às exigências, à proliferação e às técnicas para a criação da maioria das espécies de minhocas na região de Patos de Minas/ MG. Principalmente, no que diz respeito ao processo de vermicompostagem como alternativa para o tratamento dos dejetos de suínos e resíduos de café. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivos oferecer aos pequenos e médios produtores uma alternativa econômica para, através da vermicompostagem, transformar resíduos do beneficiamento do café e dejetos de suínos em adubo orgânico de qualidade e, ainda, minimizar os impactos ambientais ocasionados na região. Para isso, foi realizado um trabalho de pesquisa na fazenda Canavial, campus II do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), durante o período de 10 de junho a 30 de setembro de 2002. Foi conduzido um ensaio para realização do processo de vermicompostagem com 6m2 de canteiro, onde foram inoculados 3 litros de minhocas da espécie Eudrilus eugeniae, por metro quadrado de canteiro, para a formação do húmus propriamente dito. O experimento seguiu o delineamento inteiramente casualizado (2x3), com dois tratamentos e três repetições, sendo o tratamento (1) casca seca de café e o tratamento (2) casca seca de café misturada com dejetos de suínos. Analisando os resultados, verificou-se que o processo de vermicompostagem produziu 200 Kg de húmus de minhoca por m2 de canteiro, sendo o preço de mercado na região de R$ 15,00 a saca de 50 Kg, obtendo uma receita operacional de R$ 60,00 por m2 de canteiro. Calculou-se que o total dos gastos com o material permanente, amortizados durante o período de um ano de produção de húmus, adicionados ao material de consumo utilizado no ensaio, foi de R$ 16,51 por m2 de canteiro. Desta forma, o lucro durante cada produção de húmus seria de R$ 43,49 por m2 de canteiro, para produtores que tiverem à sua disponibilidade dejetos de suínos e palha seca de café. De acordo com os resultados das análises químicas das amostras homogêneas de cada tratamento, observou-se a presença de todos os macro nutrientes e de quatro micro nutrientes no húmus. Devido à impossibilidade de efetuar testes para verificar a presença dos demais micro nutrientes, os mesmos não puderam ser quantificados. Desta forma, concluiu-se que o processo de vermicompostagem mostrou ser uma alternativa sustentável, lucrativa, viável para ser implantada e conduzida na região de Patos de Minas; o húmus produzido somente pela casca seca de café, apesar de ser um excelente adubo orgânico, necessita, ainda, de complemento mineral quando for utilizado como fertilizante natural e única fonte de nutrientes ao solo. Já o húmus produzido no processo de vermicompostagem, através da mistura de dejetos de suínos e casca seca de café, melhorou sensivelmente o equilíbrio NPK, mostrando ser um caminho viável para produzir um composto orgânico equilibrado e rico em macro e micro nutrientes.

Biografia do Autor

Rildo Araújo Leite, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Professor adjunto do curso de Agronomia

Roberta de Castro Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Acadêmicos em Engenharia Agronômica

João Augusto Ferreira Marques, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Acadêmicos em Engenharia Agronômica

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Publicado

2018-11-08

Edição

Seção

Artigos