Relação entre perfil nutricional e sintomas depressivos em uma amostra representativa de idosos
Estudo SABE
Palavras-chave:
depressão, estado nutricional, obesidade, envelhecimento, Estudo SABEResumo
Alguns fatores no envelhecimento, como a perda de autonomia, luto e diminuição da capacidade funcional, podem levar a prejuízos na qualidade de vida, resultando em depressão e baixa autoestima. O estado nutricional dos idosos também sofre alterações devido às mudanças comportamentais e fisiológicas. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar a relação entre o estado nutricional e sintomas depressivos em idosos. Foi feito um estudo transversal e com abordagem quantitativa, para analisar a relação entre sintomas depressivos e estado nutricional de idosos residentes na cidade de São Paulo (SP). Os dados foram recolhidos do estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE) de 2015. Para a caracterização dos dados, foi realizada uma avaliação antropométrica dos idosos, aferindo peso e estatura. Com base nessas informações, foi classificado o Índice de Massa Corporal (IMC) para idosos da OPAS (2000). Os sintomas depressivos foram avaliados por meio da escala Geriatric Depression Scale (GDS). Participaram dessa amostra 1224 idosos, com idade ≥ 60 anos, (n = 431; 35,21%) homens e (n = 793; 64,79%) mulheres. Entre esses participantes, 200 idosos (16,03%) tiveram sintomas depressivos, segundo a escala GDS. Quanto ao estado nutricional 139 (12,82%) tinham baixo peso, 429 (39,58%) eram eutróficos, 152 (14,02%) tinham excesso de peso e 364 (33,58%) obesos. Idosos que que tinham sintomas depressivos severos tinham uma maior prevalência de obesidade (45,65%), em relação àqueles que tinham sintomas leves (38,06%) ou não tinham sintomas depressivos (33,22%). A prevalência de sintomas depressivos graves foi maior entre os indivíduos obesos. Esses achados destacam a importância de um cuidado especial aos idosos que enfrentam obesidade ou depressão severa, dado que uma condição pode exacerbar a outra, potencializando e desencadeando complicações de saúde mais graves.
A pesquisa contou com a colaboração da nutricionista Andressa Castro Alves (UNIPAM). E-mail: [email protected].