Do afeto à travessia
a angústia e o sujeito contemporâneo
Palavras-chave:
angústia, psicanálise, subjetividade contemporânea, travessia da angústiaResumo
Este artigo investiga a angústia como um afeto essencial à constituição subjetiva, a partir da perspectiva psicanalítica de Freud e Lacan. O objetivo principal é compreender como a angústia se manifesta enquanto afeto que não engana, situando-se no encontro com o real e na relação com o objeto a. A metodologia do trabalho envolve uma análise teórica, passando por obras de Freud, especialmente Inibição, sintoma e angústia (1926), e de Lacan, com ênfase no Seminário 10: A angústia (1962-1963). A pesquisa discute a intensificação da angústia no contexto contemporâneo, marcado por crises climáticas, políticas e econômicas, e sua relação com o desejo e a falta. Os resultados sugerem que a angústia não deve ser vista como um obstáculo a ser eliminado, mas como um elemento estruturante da subjetividade, essencial para a dinâmica do desejo. Conclui-se que a travessia da angústia, longe de sua extinção, é um processo de integração desse afeto à psique, promovendo uma renovação subjetiva e permitindo uma reconfiguração do desejo no encontro com o real.

