Entre canais humanos e muralhas lisas

as transformações da urbe no poema Cidade física, de Dora Vasconcellos

Autores

  • Deivide Almeida Ávila Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
  • Ozana Sacramento Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais

Palavras-chave:

Cidade Física; Modernidade; Subjetividade; Sensibilidade

Resumo

Este trabalho propõe investigar a transformação sofrida na cidade na segunda metade do século XX, tomando a poeta carioca Dora Vasconcellos (1911-1973) como representante desse período. Para isso, analisaremos o poema “Cidade física”, inserido no livro Surdina do Contemplado (1958). Nesse poema, a autora tem como aspectos líricos a subjetividade e a sensibilidade em relação às modificações ocorridas na urbe, sobretudo sobre as formas e as vivências sociais. Tal poema focaliza a cidade em cenários, personagens e tradições convergentes num determinado tempo da história no espaço temporalidade. A cidade começou a ganhar importância por suas transformações, cujo espaço passou a abrigar uma sociedade urbana dominada pelo mercado, pela tecnologia e pela aceleração da vida cotidiana. Dora Vasconcellos deu voz a um sujeito lírico que evoca a dificuldade de traduzir a cidade que hoje habita, que mostra certo tipo de desencantamento e deslinda com estranhamento as mudanças ocorridas em seu próprio tempo e espaço, versando, assim, sobre as perdas ocasionadas pela modernidade. A partir de tais constatações, perceberemos como a crítica usada pela poeta descreve o espaço citadino, pensado e analisado historicamente, e nos oferece imagens, costumes e linguagens dentro de uma história cultural. Para contribuir à investigação, recorremos a estudos dos teóricos Canclini (1997) e Collot (2013), entre outros.

Biografia do Autor

Deivide Almeida Ávila, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

Mestrando em Letras

Ozana Sacramento, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais

Professora Doutora - IF Sudeste MG

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Publicado

2022-07-06

Edição

Seção

Artigos