Patriarcado e opressão feminina em “A hora e vez de Augusto Matraga”, de João Guimarães Rosa
Palavras-chave:
literatura brasileira, patriarcado, opressão, figura feminina, Guimarães RosaResumo
O presente trabalho tem por objetivo discutir as normas patriarcais que promovem a opressão feminina das personagens Dionóra, Mimita, Angélica e Tomázia no conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, inserto na obra Sagarana (2015), do escritor mineiro João Guimarães Rosa, a partir das teorias de dominação e de violência simbólica do sociólogo francês Pierre Bourdieu (2012) e das perspectivas teóricas da crítica literária feminista e do feminismo existencialista. As figuras ficcionais femininas referidas habitam o espaço gerido pelo homem, este dissemina atitudes de dominação machista, sexista e insultuosa. Posto isto, pretende-se pôr em relevo o agravamento das posturas de poder masculino, intensificada pelo patriarcado no tratamento do feminino, bastante presente na sociedade em que prevalece a desigualdade e sujeição de gênero. A fundamentação teórica constitui-se dos seguintes autores: Beauvoir (2016), Boris e Cesídio (2007), Cevasco (2009), Perrot (2007, 1998), Zolin (2009). O resultado enuncia que a opressão das personagens narrativas femininas vem de uma base patriarcal que fortalece as ações de violência e limitam a autonomia destas mulheres ficcionais, tratando-as como propriedade e mercadorias.