Era uma vez
releitura das personagens femininas nos contos Mulan e Cinderela, em uma perspectiva de gênero e referencial de feminilidade
Palavras-chave:
contos de fadas, identidade, mulherResumo
Este artigo tem como objetivo compreender como os contos de fadas possibilitam o processo de aprendizagem na educação infantil, bem como de qual modo estes acabam se tornando referencial de gênero. Os contos de fadas apresentam em sua narrativa histórias que envolvem imaginação e realidade, as quais, quando bem conduzidas em sala de aula, possibilitam a reflexão sobre desafios impostos pela sociedade. Em contrapartida, a questão de gênero e referencial de feminilidade que são sempre abordados nos contos, de forma inconsciente ou não, acabam reproduzindo cobranças e estereótipos atribuídos a imagem feminina. A ideia de que a mulher, para ser mulher ou ser reconhecida socialmente, precisa sempre estar bela e ao lado de um príncipe encantado é sempre reforçada nos contos, o que não é clarividente o ideal, pois vivemos em uma cultura híbrida em que até mesmo as crianças não são iguais nem podem ser rotuladas como tal. Cada uma dessas possui uma identidade, uma inclinação para diferentes repertórios. Diante disso, faz-se preciso um trabalho de releitura diante das personagens femininas abordadas nos clássicos, a fim de que possamos identificar, além dessas princesas já canonizadas, outras princesas do mundo real.