Frequência de micronúcleos em tilápias Oreochromis niloticus (Perciformes, Cichlidae) de pisciculturas no município de Matutina (MG)

Resumo

Uma forma de detectar a presença dos agentes genotóxicos é o teste de micronúcleos, que é uma técnica confiável, rápida e tecnicamente menos exigente do que a pontuação de aberrações cromossômicas. Em razão da inexistência de trabalhos com biomonitoramento no município de Matutina (MG), o objetivo do presente estudo foi investigar a presença de alterações genotóxicas, através do teste de micronúcleos, em hemácias periféricas de peixes da espécie Oreochromis niloticus (tilápia do Nilo) de duas pisciculturas desse município. Foram coletadas amostras de sangue periférico de 20 peixes de duas propriedades no município de Matutina (MG). Para a contagem de micronúcleos, examinou-se um total de dois mil (2.000) eritrócitos por peixe. As análises dos esfregaços sanguíneos foram realizadas no período de 6 a 30 de agosto de 2018, no laboratório de Parasitologia Animal do Centro Universitário de Patos de Minas e revelaram uma frequência de células micronucleadas muito reduzida em comparação com dados encontrados em literatura. Foram observados micronúcleos em duas células, dentre todas as amostras provenientes da piscicultura A, e micronúcleos em três células, dentre as amostras da piscicultura B. Foram observadas também anormalidades nucleares, as quais podem ser explicadas por uma ação de reparo da célula ao se detectar uma região cromossômica afetada iniciando um processo de reparação e/ou eliminação. Conclui-se que não há alterações genotóxicas em hemácias de tilápias (Oreochromis niloticus) das duas pisciculturas do município de Matutina (MG), avaliadas em agosto de 2018, indicando assim a ausência de xenobióticos em concentrações capazes de produzir danos ao material genético dessas células.